Você sabia que cerca de 15% das mães no Brasil são adolescentes? É o que diz uma pesquisa feita pela Dr.ª Denise Leite Maia Monteiro, da Febrasgo, entidade que reúne ginecologistas e obstetras do país.
Esse é o tema de mais um Fala, Doutor que explica mais sobre a gravidez na adolescência. O vídeo, com o Dr. José Sebastião, ginecologista e obstetra do HMAM, está disponível no canal da ISCMC no YouTube.
O que dizem os especialistas?
Primeiro, veja que a OMS define como gravidez na adolescência. É aquela que ocorre dos 10 aos 19 anos. A Dr.ª Evelyn Eisenstein, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), fala sobre os problemas para mulheres que engravidam nessa fase.
Segundo ela, essas mulheres sentem fraqueza mental e emocional. Desta forma, precisam de suporte médico e apoio da família.
A médica diz ainda que a gravidez na adolescência é ainda mais delicada antes dos 15 anos. Isso acontece, porque a menina ainda está em fase de crescimento. Com isso, corre risco de deficiência nutricional, pois perde alguns nutrientes para o futuro bebê. E esse caso é muito comum no Brasil. Como conta o Dr. José, a cada 30 minutos, uma menina de 10 a 14 anos torna-se mãe no país.
Sobre outros impactos na mulher da gravidez na adolescência, a Dr.ª Evelyn diz que é possível que haja casos graves de anemia, diabetes, pré-eclâmpsia e ISTs. A Dr.ª Ana Carolina Pereira, ginecologista da Febrasgo, explica que isso acontece porque o útero da menina ainda não está preparado para a gravidez.
Cuidado e apoio são importantes
De acordo com nosso profissional, a gravidez na adolescência é uma situação inesperada e sem preparo psicológico. Por isso, pode gerar problemas na relação com a família e dúvidas sobre o futuro. Daí, podem vir crises de ansiedade e depressão, além de prejuízo à autoestima.
Os impactos socioeconômicos também merecem destaque. Em geral, uma grávida precoce pode acabar abandona os estudos, casa-se muito cedo e sofre pressão da família e da sociedade.
E não podemos deixar de falar das consequências para o bebê. Ele pode nascer antes da hora, não ter o peso e a altura ideais e ainda ter problemas de aprendizagem.
É por isso que é essencial que a menina procure apoio de sua família. Também é importante iniciar o quanto antes o acompanhamento pré-natal, com obstetra, psicólogo e assistente social. E não largar os estudos, pois a vida continua e a educação ainda é fundamental.
Não deixe de consultar seu médico e fazer seus exames de rotina. E esteja sempre perto de quem você ama!